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Idosos relatam experiências no ônibus circular de Vilhena

por Jessica Meireles e Thaís Rivero

Vera Cruz, de 76 anos, pegava o ônibus circular toda manhã em frente ao mercado Pato Branco, na Avenida Paraná, quando precisava fazer fisioterapia no centro da cidade. “Geralmente, o ônibus vai lotado por idosos, porque nós precisamos pegar para fazer as consultas e os exames”, contou. A idosa já ficou no ponto à espera do ônibus que não passou, impedindo-a de cumprir todos seus compromissos. “Hoje, isso já não ocorre com tanta frequência, mas já aconteceu”, revelou.

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O dia a dia no ônibus circular de Vilhena. Vídeo: Thaís Rivero

Carmelita Bernadi, de 84 anos, não tem muito problema com o transporte público, ainda que a pouca oferta a incomode. A idosa usa o ônibus diariamente para ir ao médico e resolver outros problemas. “Só precisa ter mais horários a tarde, para podermos fazer as coisas com mais calma, pois não dá para fazer quase nada no horário atual. Ele vem às 14h e volta às 15h30. Quando eu venho, sempre tenho que pegar um moto-táxi para voltar”, explicou. Assim como Carmelita, Pedro Gesiole, de 79 anos, acredita que o principal problema do transporte são os poucos horários no período da tarde. “Não precisa aumentar o número de ônibus, só ter mais horários, para podermos fazer as coisas a tarde também”, disse.

Por outro lado, Luzia Aparecida, se mostra completamente insatisfeita com ônibus. Ela já fez diversas reclamações na prefeitura para que sejam feitas melhorias no transporte e para que tenha mais uma linha na cidade. “O ônibus tem que ir onde o povo vai, não só onde eles querem, não é só dar uma voltinha. O dinheiro sai do nosso bolso para pagar isso aqui!”, desabafou. Para Luzia, as pessoas têm medo de reclamar da precariedade do transporte na cidade. Ela acredita que se todos se manifestassem o problema já teria sido resolvido. Por isso, as diversas reclamações que fez, não adiantaram.

Luzia afirma que o transporte não é adaptado para os idosos e já viu vários caindo nos degraus por serem muito altos. Ana Maria, de 66 anos, tem sérios problemas no joelho e possui dificuldade em subir no ônibus. A idosa conta que já caiu três vezes e tenta evitar andar no veículo. Como não tem transporte próprio e nem renda para pagar táxi ou moto-táxi, cede à necessidade. “O motorista diz que abaixa o degrau para eu subir, mas não abaixa, pois não faz diferença. Meu joelho não aguenta, às vezes peço para alguém me empurrar, para que eu consiga subir”, afirmou.

Morcegada

Site jornalístico supervisionado pelo professor e jornalista Allysson Viana Martins, vinculado ao Departamento de Jornalismo da Universidade Federal de Rondônia (UNIR)

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